Sobre

A Família do Cerro, conhecida como os Lavradores do Cerro, sob os sobrenomes Rosa, Costa e Raposo, era uma das famílias com boa posição económica na Freguesia, dirigindo a Herdade do Cerro como centro da sua atividade agrícola e pecuária. Do casal, António Rosa da Costa Raposo e Maria Emília da Costa Raposo, nasceram 5 filhos: Alexandre Rosa da Costa Raposo, Maria Rosa da Costa Raposo, José Rosa da Costa Raposo (1925-2011), Francisco Rosa da Costa Raposo (1932-2005) e Maria Emília da Costa Raposo Franco Pagarete (1934-). Entre os 5 irmãos, apenas 1 foi estudar para fora, Coimbra, e tornou-se Juiz – o Dr. Francisco Rosa da Costa Raposo. Apenas o irmão mais velho, Alexandre Raposo, e a Maria Emília Rosa da Costa Raposo Franco Pagarete, casaram e tiveram filhos. Os restantes faleceram sem casar e constituir família.

Nos terrenos da família, fazia-se a lavoura com a ajuda de animais, utilizavam-se as parelhas de bestas e era, por exemplo, semeado trigo e milho. Havia uma vinha e produzia-se o vinho na adega ali próxima (mas também se vendia uva para algumas Adegas), e neste sentido, vários trabalhadores afetos para os cuidados à mesma. Esta antiga vinha foi arrancada há volta de 40 anos atrás, dessa dinâmica existem a adega, algumas pipas de madeira de grande porte e existem muros de pedra circundavam a vinha em terrenos onde antes vingavam parreiras/videiras.

Para além dos trabalhadores da vinha, havia trabalhadores em toda a atividade agropecuária, empregada e “moças” de jovens para ajudarem e aprenderem a “lida”, porém, outras vezes eram chamadas mais mulheres para ajudar.

A família tinha um carro de parelha para andar e quando era para passear utilizavam a charrete puxada por uma besta. Os pedintes, pobres que pediam esmola, sabendo que era a família com mais posses, pediam esmola lá, onde lhe ofereciam comida e dormida nas cavalariças.

Com o falecimento dos Lavradores do Cerro, foi o seu filho José Rosa da Costa Raposo, o principal dinamizador, durante décadas, de toda a atividade na Herdade do Cerro e se hoje vemos um grandioso montado na Herdade isso foi “obra” do Sr. José Rosa da Costa Raposo.

Atualmente, após o falecimento do último membro da família a viver e a gerir a atividade na Herdade do Cerro, pese embora, ser viva a Dona Maria Emília Rosa da Costa Raposo Franco Pagarete, foi o surgimento da Fundação O Cerro que permite haver atividade na Herdade. Assim, pode ver-se um grande montado, um pomar, sobretudo com laranjeiras, um rebanho de ovelhas, e uma vista incrível numa orografia com altimetria considerável e com pouca área de planície. A paisagem é ímpar e dos seus miradouros se avistam os vales do Rio Mira e o Mar com esplêndido pôr do Sol no Atlântico.